Do Digital ao Analógico

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O título é pomposo, né?
Não, esse post não vai ser nenhum tratado histórico e teórico sobre a fotografia. Eu não seria capaz de fazê-lo, e muito menos teria paciência.
É apenas um simples relato de alguém que tem 25 anos e, desde muito novo, sempre foi apaixonado por tirar fotos… apertar o botãozinho… ouvir o som do click.
Não lembro quando ganhei a minha primeira câmera analógica, pode ter sido com 10 anos de idade, 12… por aí. Mas, lembro bem da diversão que era, reunir os amigos na Vila onde morava, para tirar as fotos mais loucas e espontâneas do mundo. O mesmo esquema da recente euforia das Lomos. Por isso fiquei tão encantado em poder reviver toda uma sensação de anos atrás.
Bem, já deu pra entender que eu comprei uma câmera analógica em pleno século XXI?
Mas, deixa eu sair deste século e voltar uns aninhos atrás, quando surgiram as primeiras câmeras digitais…
Antes delas, as câmeras analógicas poderiam ser divertidas, mas tinham todo um processo trabalhoso, q não tornava a diversão tão garantida. revelar as fotos e descobrir que metade do seu filme queimou, era uma desolação. Uma tristeza sem fim.
Mas, eu era jovem, e não me dava conta de que o mais divertido era brincar com os amigos, fazer as poses engraçadas, sorrir e abraçar para uma foto. O resultado ruim, dias depois, não deveria ser tão relevante.
E, no meio de tanto clichê falado, de repente, apareceu a primeira câmera digital na nossa roda de amigos. Ela era incrível… tinha flash embutido, era razoavelmente pequena, tinha uma televisãozinha atrás, e melhor, esta televisão mostrava a foto que acabávamos de tirar… segundos antes. Uma coisa do capeta!
Batíamos fotos, como quem fumava 4 maços de cigarro por dia, como coelho produz filhotes… à exaustão.
Muito divertido…
E cansativo também!
Já percebeu como a câmera digital, nas mãos de amadores, banalizou o encanto da fotografia? As imagens produzidas são inúmeras e o resultado disso é cada vez menos diversidade. Uma foto parecida com a outra, uma imagem em frente ao espelho. As texturas são idênticas, a imagem é tão neutra, que não existe nada feio ou muito bonito, que possa chamar atenção e se registrar nas nossas lembranças.
Enjoei das câmeras digitais… mas, não totalmente.
COMPREI UM IPHONE, e um programinha mega-bacana chamado Hipstamatic. Uhhuuuuu Agora tenho fotinhas com efeito…
Ah, mas este efeito é muito repetitivo… depois de 100 clicks, onde está a originalidade?

Parei de reclamar da vida e voltei à velha analógica.

Minha Diana F+, mais amada, hoje está ao meu lado… me olhando, com sua fisheye, escrever mal traçadas linhas digitais.

written by doug_soares on 2010-11-12

One Comment

  1. liviacteixeira
    liviacteixeira ·

    Adorei esse trechinho, uma ótima visão haha xD

    "E, no meio de tanto clichê falado, de repente, apareceu a primeira câmera digital na nossa roda de amigos. Ela era incrível… tinha flash embutido, era razoavelmente pequena, tinha uma televisãozinha atrás, e melhor, esta televisão mostrava a foto que acabávamos de tirar… segundos antes. Uma coisa do capeta!
    Batíamos fotos, como quem fumava 4 maços de cigarro por dia, como coelho produz filhotes… à exaustão."